Moti _ A História de um Evangelho _ 3ª parte
Manori pensou uns minutos e por fim respondeu:
_ «Não conheço ninguém com esse nome. Quem é?»
_ «É um grande médico e eu preciso encontra-lo de qualquer maneira. Dou-te um dia de alimento se fizeres a diligência por descobrir onde ele mora».
_ «Mas a quem hei de perguntar? Quem é que o conhece?»
_ «Vai ao hospital e pergunta lá».
Manori partiu, e Moti ficou-a esperando em grande ansiedade. Estava-lhe reservada uma nova desilusão. Manori voltou e disse:
_ «Davam-se remédios, mas Jesus não estava lá, por isso vim-me embora».
Moti não podia achar outro meio de saber, e resolveu-se a ir ela própria, pensando:
_ «Talvez se eu perguntar onde Ele está, eles me digam».
Saindo de casa sem ser vista a coxinha dirigiu-se ao hospital. Foi introduzida numa sala onde estavam sentadas duas senhoras; olhou em volta e murmurou:
_ «Eu desejava ver o grande médico».
_ «Bem, eu sou o grande médico; que queres tu?» respondeu uma.
_ «Mas onde está o outro médico?» perguntou Moti.
_ «Estás enganada, não há cá outro médico, não te bastamos nós?»
_ «Não, não estou enganada; as senhoras não se lembram; há outro: um médico maravilhoso, que tem curado cegos e coxos, e toda a espécie de gente, e até uma mulher que esteve doente doze anos, como eu. É este médico que eu procuro».
_ «A quem te referes? Aqui não há outro médico… Podes dizer-me o nome desse tal grande médico?»
_ «Posso; apenas o li uma vez num livrinho já há anos, mas nunca esquecerei o Seu nome _ é Jesus».
Chegaram as lágrimas aos olhos da médica, e ela levantou Moti com ternura, e disse:
_«Então, minha filha, é Jesus que tu procuras? Senta-te aqui ao pé de mim; a minha irmã vai cantar para tu ouvires e eu depois te contarei tudo a respeito desse admirável médico».
_ «Mas eu não posso esperar… Vim às escondidas», confessou Moti; «se em casa descobrissem que eu tinha vindo, batiam-me. Dê-me um livro e deixe-me ir embora; eu voltarei».
Deram-lhe outro exemplar do Evangelho e ela foi para casa. Nessa tarde Moti disse à mãe:
_ «Tenho muitas dores na perna; manda-me para o hospital; eu não posso suportar estas dores».
De muito má vontade foi-lhe concedida licença para ir no dia seguinte. Moti então pensou:
_ «Desta vez quero ouvir tudo; não hei de vir tão depressa para casa»., e em voz alta acrescentou:
_ «Minha mãe, talvez eu não volte senão à tarde; bem sabe que a médica Miss Sahib só vai muito tarde».
Leituras Cristãs, 1918