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Peregrina neste mundo

Sou peregrina na terra; não escondas de mim os teus mandamentos. Salmos 119:19

Peregrina neste mundo

Sou peregrina na terra; não escondas de mim os teus mandamentos. Salmos 119:19

A Apostasia

Jesus contou uma parábola a respeito do quão facilmente algumas pessoas se desviam da verdade para a apostasia.

A Parábola do Semeador encontra‐se em Mateus 13 e em Lucas 18 e retrata a Palavra de Deus semeada em quatro tipos de solo: o solo duro, o solo superficial, o solo com ervas daninhas e o solo bom. Os solos representam os corações humanos em diferentes condições de receptividade. Jesus explicou o simbolismo da parábola em Lucas 8:11‐15:

 

“Este é o sentido da parábola: a semente é a Palavra de Deus. A que caiu à beira do caminho são os que a ouviram; vem a seguir o diabo e arrebata‐lhes do coração a palavra, para não suceder que, crendo, sejam salvos. A que caiu sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; estes não têm raiz, crêem apenas por algum tempo e, na hora da provação, desviam‐se. A que caiu entre espinhos são os que ouviram e, no decorrer dos dias, foram sufocados com os cuidados, riquezas e deleites da vida; os seus frutos não chegam a amadurecer. A que caiu em boa terra são os que, tendo ouvido de bom e recto coração, retêm a palavra; estes frutificam com perseverança.”

 

Nota: três dos quatro solos retratam pessoas que ouvem a Palavra e se desviam.

Alguns, simbolizados pelo solo duro, desviam‐se quase que imediatamente, porque “vem o diabo e arrebata‐lhes a palavra, para não suceder que, crendo, sejam salvos.” São ouvintes indolentes _ que não se importam, nem reagem espiritualmente, sobre os quais a Palavra de Deus não tem efeito permanente.

 

Outros, os ouvintes representados pelo solo com ervas daninhas, talvez demonstrem sinais precoces de vida, mas nunca frutificam, pois, antes que a Palavra de Deus produza frutos na sua vida, os desejos mundanos sufocam a vida de qualquer interesse espiritual que essas pessoas possam ter. Talvez elas dêem a impressão de estarem a crescer e a prosperar durante algum tempo, mas nunca experimentam a conversão verdadeira; que é o primeiro fruto e o mais essencial, mencionado nesta parábola. E, no fim, desviam‐se. Conquanto esses ouvintes mundanos e superficiais se identifiquem como membros do povo de Deus, são uma ameaça para o bem‐estar espiritual da igreja.

 

Entretanto, a maior de todas as ameaças provém dos ouvintes representados pelo solo superficial. Estes, “ouvindo a palavra, recebem‐na com alegria, [mas] não têm raiz... crêm apenas por algum tempo e, na hora da provação, desviam‐se. A sua resposta inicial ao evangelho é totalmente positiva _ respondem até com entusiasmo.

Apresentam toda a aparência de uma vida genuína e viável. Mas “estes não têm raiz” e, por essa razão, a sua fé não pode durar e jamais dará qualquer fruto. Essa fé nunca dará qualquer fruto espiritual, porque não é uma fé verdadeira. Essas pessoas “crêem apenas por algum tempo” só no sentido mais fugaz: ouvem, entendem e, de modo superficial, afirmam a verdade. Mas, uma vez que não possuem raiz, nunca produzirão frutos autênticos.

 

Judas 12 pega no ensino da Parábola do Semeador e descreve os apóstatas como “árvores em plena estação dos frutos, destes desprovidas, duplamente mortas, desarraigadas” Esses “santos”superficiais não têm raízes nem frutos _ estão realmente mortos. Por essa razão, inevitavelmente, desviam‐se.

Esta é a própria essência da apostasia: ouvir a verdade, saber o que ela é professar aceitá‐la e, depois, rejeitá‐la. Visto que a rejeição final da verdade ocorre com pleno conhecimento e entendimento, isso é uma apostasia fatal, da qual não há esperança  de recuperação. Esse é o pecado descrito, em termos deveras apavorantes, em Hebreus 6:4‐6:

“É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíam, sim, é impossível outra vez renová‐los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo‐o à ignomínia”

 

A parábola de Jesus a respeito dos solos retrata aquilo que Hebreus 6 descreve. Também se refere, exactamente, àquilo que Judas escreveu: a apostasia.

A apostasia não é um problema exclusivo de discípulos superficiais ou obviamente, insinceros. Às vezes, os líderes cristãos também apostatam. Por amarem o poder e o prestígio _ ou por outros motivos igualmente sinistros, tais como libertinagem (Judas 4; 2 Pedro 2:10), e ganância (Judas 11; 1 Timóteo 6:5) _ mesmo quando se desviam, os líderes apóstatas não abandonam, necessariamente, a igreja visível. Geralmente, permanecem nela e continuam a servir como pregadores, mestres ou autores. Certamente, fingem ser cristãs. Encobrem a sua deserção com subtileza. Professam fidelidade à verdade, enquanto tentam subvertê‐la. As pessoas influentes que professam ou fingem crer na verdade, embora não possuam fé salvífica, são, provavelmente, o maior perigo interno que a igreja enfrenta.

Até certo ponto, a apostasia é sempre um pecado deliberado e voluntário. Um apóstata não é apenas alguém indiferente em relação à Palavra de Deus ou ignorante acerca daquilo que ela ensina. Uma pessoa que nunca ouviu a verdade não é apóstata, ainda que seja um mestre de uma religião falsa. A apostasia é um pecado muito pior do que isso.

Um apóstata é alguém que recebeu a luz, mas não a vida; a semente, mas não o fruto; a Palavra escrita, mas não a Palavra viva; a verdade, mas não o amor à verdade (2 Tessalonicenses 2:10).

Pá.94‐96

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