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Peregrina neste mundo

Sou peregrina na terra; não escondas de mim os teus mandamentos. Salmos 119:19

Peregrina neste mundo

Sou peregrina na terra; não escondas de mim os teus mandamentos. Salmos 119:19

Resposta às Acusações Contra a Igreja - 2ª parte

É absurdo presumir que pessoas que negam Cristo com a sua vida sejam cristãs e pertençam à Igreja de Cristo. E, como é absurdo presumir que essas pessoas representem a Igreja verdadeira, também á absurdo tirar conclusões sobre a Igreja baseadas nas opiniões e nas práticas de tais pessoas.

A ilustrações seguintes podem ser úteis para mostrar o problema:

 

Não se pode disputar se a ressurreição de Jesus Cristo é uma doutrina essencial. Se uma pessoa não assume plenamente tal doutrina, não pode ser considerada cristã por qualquer padrão bíblico ou histórico. Portanto, se perguntarmos a mil indivíduos que dizem ser cristãos e descobrimos que 75% deles não acreditam na ressurreição, logicamente não podemos concluir que 75% de todos os cristãos não acreditam na ressurreição.

A conclusão mais lógica e verdadeira é que 75% dessas pessoas acreditam ser cristãs, mas na verdade não o são de forma alguma.

Continuando o nosso argumento, digamos que exista uma "igreja" na vizinhança, infame pelos seu ódio, lutas e contendas. Então, durante uma reunião mensal, explode uma luta terrível e lança metade da igreja contra a outra metade. A reunião está carregada de ira, dissensão, insultos e ameaças maldosas. Finalmente, um homem piedoso da congregação, levanta-se e diz: "Somos cristãos e, portanto, não deveríamos odiar-nos uns aos outros!" Porém, ele só estaria correcto se dissesse: "Estamos cheios de ódio uns contra os outros, portanto, não somos cristãos!"

 

A Igreja verdadeira não é tão imoral e ímpia quanto a cultura que a cerca.

Ainda que não esteja glorificada, a igreja verdadeira é marcada pela sua santidade, consagração e obediência. Quando tropeça e cai em pecado, ela quebranta-se, arrependida e disposta a reconhecer o seu pecado diante de Deus e dos homens. Os que crêem de outra forma têm muito pouco entendimento acerca da verdadeira natureza da Igreja ou da grandeza das promessas da Nova Aliança sobre a qual se fundamenta.

Consideremos agora os "profetas" de boa vontade que vociferam contra a igreja por causa das suas supostas abominações, insultando-a de tudo, desde Sodoma e Gomorra até prostituta desvairada. Quando olhamos para aquilo que as pessoas actualmente chamam de "igreja", realmente vemos muitas abominações e prostituições. É comum um certo tipo de imoralidade que existe dentro da chamada "igreja" que não existe nem mesmo entre os incrédulos, existem coisas vergonhosas das quais nem podemos falar sem nos contaminar.

 

"Geralmente se ouve que há entre vós fornicação, e fornicação tal, que nem ainda entre os gentios se nomeia, ..." 1 Coríntios 5:1

"Porque o que eles fazem em oculto até dizê-lo é torpe." Efésios 5:12

 

Porém, tais coisas não são a prática comum da verdadeira noiva de Cristo, mas sim acções de lobos vestidos de ovelha e do joio que cresce junto com o trigo.

A igreja verdadeira não é imune ao pecado e pode envolver-se por algum tempo nas coisas do mundo. Da mesma forma, o crente verdadeiro lutará contra o pecado e pode até cair de forma muito grave. Porém, nem a igreja verdadeira nem o verdadeiro cristão viverão uma vida marcada pela impiedade ou pela imoralidade da presente era. Temos de distinguir entre aqueles que se identificam publicamente com Cristo e a sua Igreja, e aqueles que são verdadeiramente cristãos, membros do corpo de Cristo.

Baseado nesta verdade, aviso que os "profetas" que insultam a igreja deveriam ter mais cuidado na sua avaliação e com as palavras que usam para se referirem a ela. Não devemos culpar as ovelhas pelos actos dos lobos, nem queimar os campos de trigo por causa do joio. Além do mais, não é uma temeridade referir-se à noiva de Cristo como Sodoma e Gomorra ou chamar-lhe prostituta?

É verdade que tal linguagem é usada no Antigo Testamento com respeito à nação de Israel, mas devemos lembrar-nos de que Deus estava a referir-se, principalmente, a um povo não regenerado, cujos corações eram de pedra, hostis, e cujos actos eram, muitas vezes, piores do que os dos pagãos ao seu redor. Ninguém deve usar uma linguagem tão dura contra a verdadeira igreja, a noiva de Cristo. Nenhum homem respeitável ficaria quieto enquanto outro lançasse acusações de infidelidade contra a sua esposa. Será que achamos que Cristo tolera tal tratamento à sua noiva amada?

Embora tenhamos de falar à igreja sobre o seu pecado, jamais devemos esquecer-nos com quem é que estamos a falar e a quem é que ela pertence.

Por esta razão, os profetas do Novo Testamento são conclamados a falar à igreja para "edificação e exortação e consolo" (1 Coríntios 14:3). Não são instruídos a acusá-la de crimes que não cometeu ou a insultá-la com palavras indignas dos mais rudes e grosseiros entre nós.

Devemos ter ciúmes pela Igreja com um "zelo santo", mas a nossa estima pela sua posição como noiva de Cristo deverá temperar o fogo da nossa língua.

 

"Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; ..." 2 Coríntios 11:2

 

Temos de fazer tudo o que está ao nosso alcance para apresentar a igreja de Cristo como uma virgem sem mácula.

 

"... porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo." 2 Coríntios 11:2

 

Porém, temos de nos cuidar para nunca a subjugar ou tratá-la rudemente.

 

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Resposta às Acusações Contra a Igreja - 1ª parte

É frequente ouvirmos crentes e incrédulos a queixarem-se que há tanta impiedade na igreja como no mundo descrente.

Os historiadores apontam para as supostas atrocidades da "igreja" através dos séculos, desde as Cruzadas até à Inquisição. Especialistas em sondar a opinião pública dos dias modernos, apontam às estatísticas para demonstrar que a igreja está cheia de imoralidade sexual, fanatismo, avareza, ódio, falsidade e todo o tipo de vícios encontrados na sociedade corrupta. Profetas autoproclamados insultam a igreja por causa das suas supostas abominações, chamando-lhe todos os nomes, desde Sodoma e Gomorra até prostituta desvairada.

Porém, as suas acusações não são verdade e resultam de um único erro teológico: os acusadores não têm entendimento bíblico do que seja a igreja. Portanto, acusam a verdadeira igreja pelas atrocidades cometidas por aqueles que se identificam como igreja, mas que não têm parte com ela nem com o seu Salvador.

Vejamos primeiro as supostas atrocidades cometidas pela "igreja" no decorrer da história. Encontramos um exemplo disso na Santa Inquisição. De acordo com os historiadores, o papa Gregório IX (r. 1227-1241) estabeleceu a Inquisição: _ um tribunal eclesiástico que visava suprimir a heresia. Esse tribunal estava principalmente activo no norte de Itália e a sul de França e era infame pelo uso da tortura. Em 1542, a Inquisição Papal voltou a sua atenção contra um novo inimigo _ os protestantes. A verdade mais importante é que a Inquisição era o tribunal de uma organização eclesiástica particular, conhecida como a Igreja Católica Romana. Como é que a Igreja verdadeira (perseguida) pode ser culpada pelas atrocidades da organização eclesiástica herética que a perseguia?

A confissão que uma pessoa faz de fé em Cristo prova ser falsa se ela faz o mal.

 

"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade." Mateus 7:21-23

"Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras. Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem." Tiago 2:18-19

 

O mesmo é verdade quanto a uma organização eclesiástica que afirma ser a igreja verdadeira. Como Jesus declarou:

 

"porque pelo fruto se conhece a árvore." Mateus 12:33

 

Em segundo lugar, olhemos para as estatísticas dos peritos que dizem que a igreja é tão imoral quanto a cultura ao seu redor. Temos de reconhecer que esta é uma questão deveras importante. Se a igreja estiver tão escravizada ao vício como declaram as estatísticas, se ela não for melhor do que a presente era de impiedade, a própria infalibilidade das Escrituras e a integridade do cristianismo estarão em jogo. O Antigo Testamento refere-se claramente à promessa de que, na Nova Aliança, Deus faria para Si um povo piedoso, dentre judeus e gentios igualmente, um povo que O reverenciaria e andaria em obediência. Se a igreja, como um todo, não for mais devota ou obediente do que o mundo, então, essas promessas falharam. Mas, nós afirmamos que nem Deus, nem a Sua Palavra, falhou.

A verdadeira igreja de Jesus Cristo é fiel, consagrada, produz frutos e cresce em conformidade ao seu Senhor. Embora ainda lute contra o pecado e esteja permanentemente carente de graça, permanece firme, num forte contraste com a cultura impiedosa e imoral que a cerca. O defeito fatal dos pesquisadores é presumirem que todos os que se identificam com Cristo são cristãos e que todas as organizações que se chamam "igreja" são a verdadeira igreja.

Os pesquisadores estão errados porque tiraram as suas conclusões a partir de um campo contaminado. Um dos males mais amplamente conhecido dentro do evangelicalismo é que muitos dos que dizem fazer parte do cristianismo possuem crenças e práticas estranhas ao cristianismo bíblico e histórico. Ainda que professem alguma ligação a Cristo, não são cristãos na sua doutrina, ética ou forma de viver. Portanto, é absurdo presumir que representam a igreja. Tirar conclusões sobre a igreja baseadas nas suas opiniões e práticas é igualmente absurdo.

As ilustrações que publicarei no próximo post, podem ser úteis para mostrar o problema.

 

Paul Washer

O Chamado ao Evangelho e a Verdadeira Conversão

Pág. 153-155

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